[1] E, na verdade, não está lá nada... Já esteve, mas já não está. Os actores foram filmados (o cão não existia); a partir de cada um deles foi concebida uma figura de computador; e a partir de tudo isso desenhou-se uma nova animação — performance capture. Tudo aquilo regurgita uma nova (i)materialidade do cinema, neste fotograma tanto mais surpreendente quanto nele contemplamos um puro exercício de olhar, exponenciado pela fascinante rugosidade do papiro. É verdade que ninguém pode garantir a perenidade (artística) e a viabilidade (comercial) deste tipo de animação, para mais associado ao 3D. Mas com As Aventuras de Tintin — O Segredo do Licorne, Steven Spielberg provou que o modelo é possível. E que ele, pelo menos, acredita.