Em tempo de revisão do que aconteceu ao logo de 2011 hoje escutamos o melhor do ano segundo Joana Emídio Marques, do DN. Um obrigado à Joana pela colaboração.
2011 é o ano dos escritores marginais. Apesar das editoras continuarem a investir as suas energias financeiras e criativas nos escritores consensuais, ou seja, os multi-premiados e com alta rotação pelos jornais, revistas e televisões, parece haver uma necessidade de lançar o olhar para geografias literárias periféricas. É o caso da redescoberta da magnífica vitalidade da prosa de José Rentes de Carvalho ou de Maria Dulce Cardoso, que ao quarto romance vê reconhecido o seu lugar como uma das vozes mais interessantes da chamada nova geração de ficcionistas. No plano internacional chegam dois livros escritos na década de 30 do século XX e cuja singularidade tornava urgente a sua tradução em Portugal: Ferdydurke, uma obra modernista onde se tece uma espécie de elogio da imaturidade, daquilo que ainda procura a sua forma, e A Escavação, uma distopia sobre o estalinismo que o regime soviético conseguiu apagar até 1989. História semelhante tem Vida e Destino cujo manuscrito foi apreendido pelo KGB tendo sido salva, por dissidentes soviéticos, uma cópia.
Vida e Destino (Vassily Grossman) D.Quixote
O Retorno (Dulce Maria Cardoso) Tinta da China
Ferdydurke (Gombrowicz) 7 Nós
A Escavação (Andrei Platonov) Antigona
O Sentido do Fim (Julian Barnes) Quetzal
O Filho do Desconhecido (Alan Hollinghurst) D.Quixote
Nas Trevas Interiores (Cormac McCarthy) Relógio d’ Água
Os Lindos Braços de Menina Júlia (José Rentes de Carvalho) Quetzal
A Crítica da Razão Cínica (Peter Sloterdijk) Relógio d’Água
Dublinesca (Enrique Vila-Matas) Teorema