Em tempo de balanços começamos hoje a apresentar listas de alguns jornalistas, radialistas e bloggers que acompanham a par e passo o que vai acontecendo no mundo dos filmes, dos livros e dos discos. A cada um pedimos ainda uma aposta para 2012. Hoje é a vez do Nuno Carvalho, jornalista do DN e autor do blogue O Reino das Sombras, apresentar os seus dez filmes do ano.
Incompreendido por alguns críticos, que o rotularam de formalista, A Árvore da Vida, do esquivo e bissexto cineasta americano Terrence Malick, é, na verdade, uma magnífica ode cinematográfica ao milagre da Vida. Etéreo, poético e esteticamente belo, é um filme para quem ainda acredita nessa coisa hoje tão desacreditada e vilipendiada que é a alma humana. É um poema fílmico feito por e para quem ainda tem alma (ou faz por tê-la e mantê-la). Mas nem só de cinema vive o homem. Na música, 2011 revelou-nos três artistas que são também exemplo do que de melhor o espírito humano é capaz: James Blake, Anna Calvi e Lana del Rey. E a literatura trouxe-nos essa muito estimulante odisseia da alma que é Uma Viagem à Índia, de Gonçalo M. Tavares (o único verdadeiro génio da nova geração de escritores portugueses).
1 - A Árvore da Vida, de Terrence Malick
2 - Carlos, de Olivier Assayas
3 - Submarino, de Richard Ayoade
4 - Mel, de Semih Kaplanoglu
5 - É na Terra, não É na Lua, de Gonçalo Tocha
6 - Sangue do Meu Sangue, de João Canijo
7 - O Miúdo da Bicicleta, de Jean-Pierre e Luc Dardenne
8 - Inquietos, de Gus van Sant
9 - Habemus Papam – Temos Papa, de Nanni Moretti
10 - Crazy Horse, de Frederick Wiseman
Uma aposta para 2012: