sexta-feira, dezembro 16, 2011

Novas edições:
Gorillaz, The Singles Collection 2001-2011

Gorillaz 
“The Singles Collection 2001/2011” 
Parlophone / EMI Music 
4 / 5 

A aventura começou em 2001. Os Blur tinham arrumado a etapa 13 (um dos melhores discos da sua obra) e em tempo de pausa cada qual seguia caminho distinto, Graham Coxon gravando a solo, Alex James escrevendo para outras vozes, Damon Albarn juntando-se ao desenhador Jamie Hewlett para dar corpo a uma ideia desafiante de construção de uma banda com outros elementos que não os de sempre. Seriam desenhos e não músicos a dar-lhe rosto, cada um dos elementos com uma história e características definidas, os ambientes ao seu redor sendo o reflexo da sua personalidade e do momento em que vivem, a música abrindo horizontes além dos espaços onde, até então, habitara grande parte da obra dos Blur... E quando em 2001 entra em cena o álbum de estreia Gorillaz este revela uma visão pop do seu tempo, de vistas largas, atenta à contribuição de outras linguagens, do dub ao hip hop. Seguiram-se Demon Days (2005), acentuando o trabalho com electrónicas e gosto pelo detalhe, e Plastic Beach (2010) sob maior atenção ainda pela forma da canção, com episódio extra (algo menor) em The Fall (também em 2010). Acabam? Nem por isso?... Por várias vezes um cenário de fim de linha surgiu no horizonte dos Gorillaz, mas a história acabou sempre por continuar, somando inclusivamente experiências laterais como o foram o álbum de remisturas dub Laika Come Home (2002) ou a ópera Monkey: Journey To The West (estreada em 2007). Com agenda já programada para 2012 (têm um single para a Converse em Março), os Gorillaz fecham a primeira década com uma antologia (quase completa) de singles pela qual não só acompanhamos sinais da evolução gradual da sua linguagem pop híbrida, como reencontramos parceiros de trabalho como De La Soul (Feel Good Inc), Neneh Cherry (Kids With Guns), Sean Ryder (Dare) ou Bobby Womack (Stylo)... Para um panorama integral do mapa de singles falta Revolving Doors (de 2010, editado em single em versão diferente da apresentada no álbum). Mas não falta a face visual (na verdade um elemento tão central como a música na identidade da banda), através de um DVD adicional que junta aos telediscos algumas actuações televisivas e um documentário. E, pelos vistos, a história vai continuar...