sexta-feira, dezembro 16, 2011

As canções de 2011 (5):
James Blake, Lindisfarne


Ele é presença incontornável no panorama musical de 2011. Um álbum, vários singles e EPs. E entre as canções do ano mora este Lindisfarne, uma das grandes criações de James Blake.

Em Fevereiro, quando aqui escrevia sobre o álbum de estreia do músico, afirmava ser curioso “verificar que duas das mais aclamadas edições discográficas dos últimos meses resultam de um reencontro de figuras nos universos da música (a que chamamos) popular com uma pulsão mais experimentalista” Falava em concreto de Sufjan Stevens, cujo The Age of Adz tinha sido caso maior da música em 2010 e James Blake, que então confirmava todas as expectativas com um brilhante álbum de estreia “algo nos antípodas do sinfonismo” dessa outra referência do ano passado. Revelava-se “um mundo feito de electrónicas que aceitam por perto notas ao piano, uma voz frágil (mas incrivelmente expressiva) e um gosto, já esperado, pela exploração de ideias nos limiares do silêncio”. Aqui “é a canção que o desafia, a sua voz suave, de sedutoras tonalidades soul caminhando sobre a discreta e minimalista base de sons onde batidas, silêncios e discretas linhas instrumentais desenham o espaço onde as ideias depois ganham forma”, lia-se no Sound + Vision a 9 de Fevereiro. Lindisfarne, editada em single algum tempo depois, é sem dúvida um dos momentos maiores de um álbum que marcou 2011.