domingo, dezembro 04, 2011

Música a cores


Obras da compositora norte-americana Judith Lang Zaimont, em gravações pela Orquestra Sinfónica Nacional da Eslováquia, dirigida por Kirk Trevor. Edição da Naxos.

A palavra “cor” é das que mais vezes surgem associadas aos diversos textos que encontramos sobre a obra da compositora norte-americana Judith Lang Zaimont. Nascida em 1945 em Memphis no Tennessee, mas educada em Nova Iorque (para onde a sua família se mudou pouco tempo depois), fez carreira sobretudo no ensino de música, mantendo em paralelo o trabalho de composição (que hoje soma mais de cem obras, algumas delas com edição em disco, outras tendo arrecadado vários prémios). É precisamente a noção vibrante de cromatismo orquestral que habita em Chroma – Northern Lights (de 1985), a obra central desta edição da Naxos que surge na sequência de um apoio oficial concedido no Arizona. Contemplando e procurando expressar a visão de uma aurora boreal, a música traduzindo os padrões de constante mudança através de uma dinâmica que age sobre o tempo, a presença de instrumentos e o próprio rumo que a música vai tomando, Chroma é uma obra que arruma essas mudanças de forma sob uma ordem que lhe garante coesão e sentido. Ghosts (do ano 2000) nasceu tendo em conta uma noção de proximidade, por vezes quase indiciando uma ideia de diálogo, com obras de outros seis “fantasmas” que correm a seu lado (sendo eles obras de Britten, Scriabin, Ravel, Berg, Rouse e Laurie Anderson). O alinhamento desta edição inclui ainda Elegy, uma obra de 1998 que reflecte sobre a memória e Stillness, composição sinfónica de 2004 que surge na sequência de um estudo sobre a música de Morton Feldman e Frederick Delius.