terça-feira, novembro 29, 2011

Ken Russell (1927 - 2011)


Autor de filmes polémicos sobre Tchaikovsky, Mahler ou Liszt, o cineasta inglês Ken Russell foi símbolo de um atitude criativa apostada em desafiar convenções e linguagens — faleceu no dia 27 de Novembro, contava 84 anos.
Construindo muitos dos seus filmes entre o desafio grotesto e a pura caricatura, Russell marcou o cinema inglês das décadas de 60 e 70, suscitando um culto paradoxal, menos pelas qualidades cinematográficas do seu trabalho, mais pelo kitsch das suas encenações. Mulheres Apaixonadas (1969), baseado em D. H. Lawrence, porventura o seu filme mais tradicional, valeu-lhe uma grande projecção internacional, sancionada por uma nomeação para o Oscar de melhor realizador. O seu gosto por personagens grandiosas, tratadas como ícones lendários, traduziu-se em diversas biografias "surreais", incluindo Tchaikovsky, Delírio de Amor (1970), Mahler, Delírio Fantástico (1974), Lisztomania (1975) e Valentino (1977), este com Rudolf Nureyev no papel de Rudolph Valentino (é, a meu ver, o seu filme mais conseguido). Entre os grandes sucessos da sua carreira incluem-se The Devils (1971), uma parábola sexual centrada num grupo de freiras, em França, no século XVII, e Tommy (1975), adaptação feérica da ópera-rock da banda The Who, em muitos aspectos antecipando a "idade dos telediscos" — video com o tema I'm Free.


>>> Obituário na BBC.