FOTO: Mischa Richter |
Poeta, músico, personalidade emblemática dos muitos cruzamentos da soul, jazz, rap e spoken word, Gil Scott-Heron faleceu no dia 27 de Maio, no St. Luke's Hospital, em Nova Iorque — tinha adoecido no regresso de uma viagem à Europa, contava 62 anos.
O seu tema mais célebre — The Revolution Will Not Be Televised [video] — ficou como um símbolo fortíssimo da cultura negra da década de 70 e também como uma referência pioneira na história do hip-hop.
Nascido em Chicago, a 1 de Abril de 1949, cresceu no Tennessee, vindo a fixar-se em Nova Iorque. A cumplicidade com o pianista e flautista Brian Jackson (conheceram-se na Lincoln University) seria decisiva na sua afirmação artística: o estilo que desenvolveram, combinando percussão e poesia, valeu a Scott-Heron o epíteto de "avô do rap". O seu primeiro álbum, Small Talk at 125th and Lenox (1970), precisamente o que incluía The Revolution Will Not Be Televised, tinha como antetítulo "Um novo poeta negro". Editou ao todo treze registos de estúdio, o derradeiro dos quais, I'm New Here (2010), foi recebido como um balanço, desencantado e sereno, das muitas atribulações da sua existência pessoal — no jornal The Guardian, Dave Simpson classificou-o como um "renascimento" do talento de Scott-Heron como autor de canções.
>>> Obituário no New York Times.
>>> Obituário na Rolling Stone.
>>> Site oficial de Gil Scott-Heron.