quarta-feira, janeiro 05, 2011

Em conversa: MGMT (3)


Continuamos a publicação de uma entrevista com Ben Goldwasser dos MGMT, que serviu de base ao texto ‘O desafio de encontrar quem resista às modas’, publicado na ediçãoo de 18 de Dezembro do DN Gente.

Um dos temas de Congratulations não esconde uma admiração por Brian Eno... Inclusivamente no próprio título da canção a que chamam, simplesmente... Brian Eno.
Quando editámos o primeiro álbum foi um tanto frustrante ver as pessoas a não o entender, sobretudo nas nossas referências. Compararam-nos a bandas actuais com as quais até nem tínhamos assim tantas afinidades. É a nossa maneira de ser tão óbvios como possíveis, dizendo quem nos influencia. Foi um tributo a músicos, como um David Bowie ou Dean Tracy. Em tempos os músicos falavam mais dos outros que admiravam e deixavam bem claro de onde vinham as suas referencias. Hoje comportam-se como se sendo mais cool ser independente e estar ligado a uma nova forma de música. Mas na verdade estamos a reciclar ideias com novas técnicas de produção. E sem termos de reinventar a roda podemos sempre dizer algo.

Como chegou a estes nomes? A Brian Eno? A David Bowie?
Acho que foi a ouvir a música dos meus pais, depois as rádios universitárias. E quando cheguei à universidade conheci uma comunidade de músicos. E descobri muitas coisas entre os meus amigos. A dada altura estávamos mais interessados em descobrir coisas antigas que a acompanhar o que era cool no momento. Ainda o fazemos. Mas hoje estamos um pouco mais interessados na música do nosso tempo. Há por aí bandas bem interessantes.

Como por exemplo...
Ando a gostar de Tame Impala, Magic Kids, Ariel Pink, Girls... E mais as bandas dos meus amigos. Acho que se está a fazer boa música. Gosto de ir a concertos. Quando estou em Nova Iorque tento ir a tantos concertos quanto posso. Gosto de estar sem responsabilidades e ficar a ouvir música. Gosto de comprar vinil. Mas é meio frustrante porque nunca estou em casa para ouvir os discos. Em digressão passo por lojas de discos e compro e quando chego a casa arrumo-os nas estantes e ali ficam até que os consiga ouvir. Muitas vezes acabo a ouvir mp3.