quarta-feira, janeiro 05, 2011

E a Nasa decide...


Não é a primeira vez que vemos gente da ciência a falar de cinema de ficção científica. A notícia ganha mais mediatismo desta vez porque quem o faz não é mais senão um grupo de profissionais ligados à Nasa. Juntos decidiram que Gattaca (1997), de Andrew Niccol, é o melhor dos filmes de ficção científica. Na lista dos mais aclamados seguem-se Contacto (1997) de Robert Zemeckis (baseado no romance homónimo de Carl Sagan), Metropolis (1927) de Fritz Lang, O Dia em Que a Terra Parou (1951) de Robert Wise, Uma Mulher na Lua (1929) de Fritz Lang, The Thing From Another World (1951), de Christian Nyby (o filme que inspirou Veio do Outro Mundo, de John Carpenter e Parque Jurássico (1993) de Steven Spielberg.
Ao mesmo tempo, a mesma equipa escolheu os piores filmes de ficção-científica (leia-se os menos plausíveis). O topo desta outra lista é encabeçado por 2012 (2009) de Roland Emmerich. Ao que se seguem títulos como Detonação (2003) de Jon Amiel, Armageddon (1998) de Michael Bay, Vulcão (1998) de MIck Jackson, Perseguição Diabólica (1996) de Andrew Davis, O Sexto Dia (2000) de Roger Spottiswoode e What the #$*! Do We Know? (2004) de vários realizadores.



Escrito e realizado por Andrew Niccol, Gattaca é um herdeiro de visões lançadas por Aldous Huxley no clássico Admirável Mundo Novo. O filme apresenta-nos uma sociedade onde a uma política de eugenia define os destinos de quem nasce. E coloca como protagonista Vincent, um jovem (interpretado por Ethan Hawke) procriado sem o recurso aos novos métodos de selecção genética e cujo sonho vive numa carreira no espaço. Uma carreira apenas ao alcance dos mais geneticamente aptos, física e intelectualmente seleccionados desde o primeiro instante em consultas onde os pais decidem o que desejam para os filhos. Ao mesmo tempo que se acompanha a história de Vincent, Gattaca acaba por lançar, como o fez o livro de Huxley, um debate sobre quão nada fiel à diversidade humana acaba por ser esta forma manipuladora de gerir a humanidade.