CARAVAGGIO
S. Jerónimo
c. 1600
A propósito de um texto aqui publicado sobre o filme A Rede Social, de David Fincher — "A Rede Social" e a classe política portuguesa —, Rui Vasco Silva, autor do blog 6'8", enviou-nos um mail em que discute a utilização da designação classe política, considerando-a uma expressão "extremamente nebulosa". Embora esclarecendo que não se trata de uma resposta ao texto citado, o post de RVS ("Classe política") deixa algumas pistas que vale a pena partilhar e sobre as quais será interessante reflectir.
Por mim, e também para além das considerações de RVS, aproveito para reiterar a minha visão crítica de uma situação que considero perturbante. Sem querer favorecer generalizações automáticas (o meu texto referia, aliás, "quase todos, do governo à oposição"), creio que há entre a maioria dos políticos portugueses uma indiferença sistemática em relação a duas componentes essenciais do imaginário popular. A saber: o futebol e a televisão — o futebol como modelo de relação social, a televisão como padrão dominante de percepção do mundo.
Agradeço a RVS a sua intervenção, contribuindo para relançar a reflexão sobre tais problemas.