Ao caminharmos na sua direcção a concentração de autocarros de turismo por metro quadrado aumenta a olhos vistos. Não há que enganar, estamos a chegar… Estamos no cruzamento de Friedrichstrasse com a Zimmerstrasse, no limite Norte de Kreuzberg… Não faltam actores a fazer de soldados russos e americanos para a fotografta trálálá. Não faltam os recuerdos e bugigangas para levar para casa um bocadinho de guerra fria. Há uma exposição com imagens e textos, ali por perto, para evocar a história do lugar. E Trabants de aluguer para fingir uma viagem no tempo ao lado do muro no qual ninguém queria estar… E na verdade não há muito mais. O Checkpoint Charlie tem uma história a contar entre as memórias da Berlim do século XX. Mas hoje está transformado numa banal atracção ligeira para turista ver.
O que resta do Checkpoint Charlie original? Na verdade nada mesmo a não ser o lugar e a cicatriz, no chão, do traço onde o muro morou de 1961 a 1989. A barraca, no local onde outrora residia o verdadeiro checkpoint americano está hoje a alguns quilómetros de distência, no AlliiertenMuseum. Há as histórias… Mas pouco mais, de facto…
O nome provém do código de letras com que eram designados os locais de passagem entre as duas metades de Berlim quando estavam divididas pelo muro. Era, para os americanos, o checkpoint “C” (Charlie, portanto). Aquele foi, durante anos, o único local de passagem a pé ou de carro autorizado a estrangeiros ou elementos das forças aliadas. Na verdade, muitos dos berlinenses, em visitas a familiares que o muro separou usavam preferencialmente o checkpoint na estação de metro de Friedrichstrasse, alguns quarteirões a Norte.
Checkpoint Charlie
Friedrichstrasse, no cruzamento com Zimmerstrasse
Metro: Kochstrasse