REMBRANDT
As três cruzes (esboço)
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De que falamos quando falamos de futebol? E como falamos? -- este texto integrava uma crónica de televisão publicada no Diário de Notícias (17 de Setembro).
Em televisão, não é fácil ter um discurso gramaticalmente equilibrado (sei-o pelos meus muitos erros). Em especial num jogo de futebol: os lapsos são parte natural da dificuldade específica de tal tarefa. Ainda assim, a consagração do erro não é um bom princípio. Depois do “à última da hora” (já quase ninguém diz o correcto “à última hora”), assistimos agora ao triunfo de um novo (?) sentido para a palavra “veleidades”. Deixou de ser sinónimo de assomo de presunção (“ter a veleidade de”) para surgir como... hipótese de facilidade (“a equipa não deu veleidades ao adversário”). Porque é que o disparate consegue impor a sua lei?