Realizador de alguns filmes emblemáticos dos anos 60 made in USA — O Milagre de Ann Sullivan (1962), Mickey One (1964), Perseguição Impiedosa (1965), Bonnie e Clyde (1967) e O Restaurante de Alice (1969) —, Arthur Penn faleceu em Manhattan, no dia 28 de Setembro — na véspera, completara 88 anos.
Em poucos meses, desaparecem, assim, duas das personalidades mais importantes para as grandes transformações temáticas e estéticas do cinema americano da década de 60: a primeira foi Dede Allen, figura central na evolução da montagem; aliás, Penn contou com a colaboração de Allen em vários dos seus filmes, incluindo Bonnie e Clyde e O Pequeno Grande Homem (1970).
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A partir do começo da década de 80, o labor de Penn reduz-se e torna-se irregular, incluindo alguns telefilmes. O seu último grande filme — e, por certo, uma das obras-primas americanas sobre os êxtases e ilusões dos anos 60 — surgiu em 1981: chama-se Quatro Amigos e retrata a passagem à idade adulta de quatro jovens, no ambiente de uma pequena cidade industrial, simbólica de toda uma imensa América, interior e desconhecida.
>>> Este é um video do American Film Institute: Arthur Penn explica como Warren Beatty o convenceu a dirigir Bonnie e Clyde e, depois, como veio a encarar a história dos dois bandidos como um reflexo exemplar da história mais geral de uma América em recessão económica.
>>> Obituário no New York Times.
>>> Arthur Penn no Harvard Film Archive.