
Depois de alguns anos como assistente de montagem nos estúdios da Columbia, teve a sua primeira grande oportunidade com Homens no Escuro/Odds Against Tomorrow (1959), de Robert Wise — além do mais, era uma colaboração que estabelecia uma ponte simbólica com o arranque da modernidade em Hollywood, já que Wise colaborara com Orson Welles na montagem de O Mundo a Seus Pés/Citizen Kane (1941). Depois, trabalharia em dois títulos marcantes do começo da década de 60: A Vida É um Jogo/The Hustler (1961), de Robert Rossen, e América, América (1963), de Elia Kazan.

Com os seus elaborados contrastes entre a "lentidão" dos momentos de expectativa e a "velocidade" das sequências de vertiginosa acção física, Um Dia de Cão valeu-lhe a sua primeira nomeação para os Oscars. O prodigioso trabalho em Reds (1981), em colaboração com Craig McKay, é revelador do alcance da arte de Dede Allen: não apenas novos conceitos para a construção interna das cenas, mas toda uma reinvenção das matrizes rítmicas e dramáticas herdadas do romanesco clássico — em baixo, podemos rever a notável construção da cena, próximo do final, do reencontro de Louise Bryant (Diane Keaton) e John Reed (Warren Beatty). Reds trouxe-lhe a segunda nomeação para os Oscars e Prodígios/Wonder Boys (2000), de Curtis Hanson, a terceira — nunca ganhou.
>>> Obituário no Los Angeles Times.
>>> Motion Pictures Editors Guild: homenagem a Dede Allen (2007).