quinta-feira, junho 24, 2010

Em conversa: The Drums (2)


Continuamos a publicação de uma entrevista com Jason Pierce, vocalista dos The Drums, que serviu de base ao artigo ‘O som do Verão de 2010 passa por aqui’, publicada na edição de 5 de Junho do DN Gente.

Têm alguma relação com o som (e até masmo a imagem) do surf rock. Mas alguns de vós pratica surf?
Não. Nunehum de nós. As ligações acho que as encontrámios mais com uma ideia do que seria a América dos anos 50. Com os ambientes dessa era...

Acha que o surf é um dos retratos possíveis da América dos anos 50 e 60?
Sim e eu queria que cada uma das nossas canções transportasse essa ideia de retrato. Esse poder fotográfico... E como em qualquer fotografia, começamos por olhar e escapar. Acho que as grandes canções pop o que fazem é isso mesmo: o de sugerir um escape.

O vídeo de Let’s Go Surfing foi filmado numa praia, mas de noite. Sente que ajudou a chamar primeiras atenções?
Nunca gastámos muito dinheiro a fazer nenhum vídeo. E quando fizemos esse estávamos mesmo sem dinheiro absolutamente nenhum! Foi divertido de fazer... Mas não esperávamos que a coisa levantasse voo tão depressa. Não era esse o nosso plano. Queriamos mesmo escrever canções. E o que veio depois foi aceite por nós mesmos...

Como relacionam música com a imagem com que a acompanham?
Tudo o que uma banda faz deve ser mesmo como uma extensão das suas canções. Ao olharmos para a capa de um disco de uma grande banda acho que devenmos ser capazes de imaginar como soariam. Mesmo se não conhecermos as suas canções... Acho que deve haver uma relação coesa entre a música e a capa dos discos. Para a nossa banda somos nós mesmos quem dirige os telediscos e cria as capas dos discos. Damos muita atenção aos mais pequenos detalhes. E tomamos as decisões escutando as opiniões de todos nós. Para nós não há outra forma de trabalhar. A nossa perspectiva é mesmo essa, minimalista. Não podemos deixar que alguém surja para mudar o que seja. Porque se o fizer alterará também todo o nosso mundo!

Fazem muitos planos? Ou seja, pensam e reflectem sobre o que vão fazer?
O nosso plano é mesmo o de não mudar. Acho que a banda tem a sua consistência e está a ser exitante trabalhar desta forma. Queremos que o nosso primeiro álbum soe como se pudesse ser também o nosso último álbum. E que as pessoas, ao escutar as canções, saibam que estão a ouvir a música dos The Drums.
(continua)