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A principal intenção de Kurtágonals, explica o booklet do disco, “é a recontextualização” das composições apresentadas que, “originalmente nascidas em atmosfera da vanguarda clássica do século XX” se apresentam assim numa “forma final” que tem mais a ver com o século XXI. Para Lászlo Hortobágyi, Gyorgy Kurtág JR (o filho do reconhecido compositor com o mesmo nome) e Miklós Lengyelfi, a tecnologia “aboliu as distâncias entre o tempo e o espaço” e, como o disco tenta depois mostrar, esta música trilha uma nova relação entre a música, quem a faz e escuta, defendendo os músicos que, hoje, o principal requisito para a música de câmara contemporânea não ser mais uma noção de presente, mas sim de entendimento de ideias musicais. Muita da música que aqui se apresenta parte da escrita de Kurtag Jr., em alguns casos recuperando composições com 30 anos, que Hortobágyi integra assim numa nova visão. Da ponte entre épocas nasce, contudo, uma música que mesmo sem tempo nem lugar, é claramente um fruto do aqui e do agora.
Lászlo Hortobágyi nasceu em Budapeste em 1950. Tem uma carreira essencialmente ligada aos domínios da world music. Além dos discos tem uma extensa bibliografia publicada.
Gyorgy Kurtág Jr. nasceu em Budapeste em 1954, filho do compositor Gyorgy Kurtág. Desenvolve há muito um trabalho não apenas como compositor mas também na musicologia, com grande atenção pelos fenómenos da música electrónica.
Miklós Lengyelfi nasceu em 1955. Começou a trabalhar nas áreas da música folk, mas depois do conservatório alargou o seu espectro de acção a outras músicas. É editor de publicações sobre música. E tem um projecto em paralelo com Kurtág Jr.