N.G.: Tom Ford, por todas as razões que já aqui foram apontadas nestes últimos três dias, merecia triunfar como Melhor Realizador, mostrando o seu A Single Man uma capacidade em relacionar narrativa, contexto e espaço. A sua câmara sabe olhar o universo das personagens e o mundo à sua volta. Escuta o detalhe, sem descuidar o plano geral dos acontecimentos… Mas entre os cinco nomeados, a mais merecedora da estatueta é Kathryn Bigelow, por nos dar em Estado de Guerra um olhar actual, próximo e perturbador da Guerra no Iraque. Não destrona clássicos maiores do mais recente cinema de guerra como Thin Red Line de Terrence Malick ou as Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood. Mas entra no lote dos melhores…
E quem vai ganhar o Oscar? Deve ser mesmo Kathryn Bigelow.
J.L.: O aumento do número de nomeações de melhor filme (para o dobro) faz com que esta categoria tenha a desagradável componente implícita de "excluir" cinco realizadores. São eles: John Lee Hancock (The Blind Side), Neill Blomkamp (Distrito 9), Lone Scherfig (Uma Outra Educação), Joel e Ethan Coen (Um Homem Sério) e Pete Docter (Up), cujos filmes concorrem para o Oscar de melhor do ano. Neste contexto, a dicotomia Kathryn Bigelow/James Cameron poderá ter uma resolução "elegante", com Bigelow a ganhar o Oscar de realização e Avatar o de melhor filme... Onde está Steven Soderbergh e o seu fabuloso O Delator?