>>> Mesmo tendo em conta o papel que a tecnologia vai ter no futuro do cinema, para mim o mais importante é a história. Se não me sentir emocionalmente envolvido com a personagem, se tenho de fazer de actor sabendo que as linhas que tenho para dizer significam apenas o que nelas se diz, esse é, para mim, um dia de trabalho aborrecido. <<<
Leonardo DiCaprio responde assim a uma pergunta do crítico Roger Ebert sobre a sua preferência por thrillers baseados em "atmosfera, personagem e história", em vez de apenas ancorados na "acção". É uma afirmação contida num diálogo que vale a pena ler no espaço de Ebert no Chicago Sun-Times. O pretexto é o trabalho do actor com Martin Scorsese e, em particular, a sua composição em Shutter Island [estreia portuguesa: dia 25]. Pode ser uma boa introdução a um filme que, de uma maneira ou de outra, ficará como um dos grandes acontecimentos de 2010: um prodigioso retorno aos mecanismos do film noir, incluindo a sua vocação filosófica de problematização da verdade e das respectivas condições de enunciação.