Provavelmente, esta imagem confere-nos legitimidade para relançarmos uma velha questão: "Diz-me como te imaginas, dir-te-ei quem és..." (em todo o caso, mesmo que vivamos em clima de censura, ainda nos é permitido escolher as nossas formas de imaginação). Acontece que há, aqui, um sintoma. Tem a ver com os valores que passaram a dominar o jornalismo português, directa ou indirectamente ligados à ideologia do Big Brother. A saber: o indivíduo, tendencialmente "famoso", é aquele que promove a sua própria caricatura, agravando a obscena agonia do cartesianismo — sou caricato, logo existo.