Sexta-feira, dia 15, às 19h00: no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, Krzystof Penderecki dirigiu um concerto memorável (mesmo programa do dia anterior), por assim dizer propondo um alinhamento capaz de funcionar como um breve bilhete de identidade artístico. Como é óbvio, o fulcro da questão estava no seu Concerto para Trompa e Orquestra (obra de 2008, revista pelo autor já em 2009, em primeira audição em Portugal), exercício deambulatório de contrastes, por vezes friamente geométricos, outras elaboradamente sensuais, com o solista Jonathan Luxton, seguríssimo, a sustentar uma função narrativa momento a momento "desafiada" pela actividade da orquestra.
Na primeira parte, a peça de Penderecki tinha sido precedida por outro testemunho das singularidades de relação entre um instrumento de sopro e a orquestra — foi o Concerto para Trompete e Orquestra, em Mi bemol maior, Hob.VIIe:1, de Joseph Haydn, obra composta em 1796, de algum modo sinalizando as raízes clássicas, quase românticas, do trabalho de Penderecki, quer como compositor, quer na qualidade de maestro (com Gábor Boldoczki, também exemplar nas funções de solista). Tivemos a soberba confirmação de tudo isso numa espécie de eco simbólico, guardado para a segunda parte: a Sinfonia Nº 8, em Sol maior, op.88, de Antonín Dvorák, obra de 1889 que consuma uma síntese admirável de sensibilidades e referências (no texto do programa de sala, Bárbara Villalobos recordava a matriz germânica e brahmsiana da música de Dvorák, a par da sua integração de elementos do folclore checo).
Austera, mas comunicativa, discreta e calorosa, a pose de Penderecki foi à imagem do concerto: quase duas horas de travessia dos ziguezagues da história da música nos últimos 200 anos, deixando um lastro de delicadas emoções. O público reagiu, entusiasta, à digressão proposta.
Na primeira parte, a peça de Penderecki tinha sido precedida por outro testemunho das singularidades de relação entre um instrumento de sopro e a orquestra — foi o Concerto para Trompete e Orquestra, em Mi bemol maior, Hob.VIIe:1, de Joseph Haydn, obra composta em 1796, de algum modo sinalizando as raízes clássicas, quase românticas, do trabalho de Penderecki, quer como compositor, quer na qualidade de maestro (com Gábor Boldoczki, também exemplar nas funções de solista). Tivemos a soberba confirmação de tudo isso numa espécie de eco simbólico, guardado para a segunda parte: a Sinfonia Nº 8, em Sol maior, op.88, de Antonín Dvorák, obra de 1889 que consuma uma síntese admirável de sensibilidades e referências (no texto do programa de sala, Bárbara Villalobos recordava a matriz germânica e brahmsiana da música de Dvorák, a par da sua integração de elementos do folclore checo).
Austera, mas comunicativa, discreta e calorosa, a pose de Penderecki foi à imagem do concerto: quase duas horas de travessia dos ziguezagues da história da música nos últimos 200 anos, deixando um lastro de delicadas emoções. O público reagiu, entusiasta, à digressão proposta.
>>> Site oficial de Krzysztof Penderecki.