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A questão é: não se trata apenas de reorganizar o horário nobre, mas de repensar o seu próprio conceito. No New York Times, numa admirável peça jornalística, ao mesmo tempo metódica e plena de ironia, David Carr chama a atenção para a ilusão de se pensar que se trata de avaliar Conan "contra" Jay (ou o inverso). O que importa pensar e repensar é o facto de a nossa ligação com a televisão ter mudado. Aliás, plural: as nossas ligações. Da Internet aos telemóveis, os circuitos de divulgação dos célebres "conteúdos" estão a transfigurar por completo os mecanismos de consumo e, em última instância, a percepção do que seja a televisão. Vale a pena ler — o artigo de Carr intitula-se 'Não é Jay ou Conan. Somos nós.'; está na sua secção das segundas-feiras, The Media Equation.