Esta é uma imagem promocional das primeiras experiências com o cinema a três dimensões — foi há mais de meio século. Agora, poderemos estar a entrar numa fase que inclui o consumo privado dos filmes em 3-D — este texto foi publicado no Diário de Notícias (3 de Outubro), com o título 'O 3-D em casa?'Não tenhamos ilusões. Aconteça o que acontecer, o cinema a três dimensões vai ser uma peça fundamental nos tempos mais próximos do cinema, dos seus filmes e, claro, também da dinâmica dos respectivos mercados. Podemos até nomear, desde já, um acontecimento charneira desse processo: a estreia mundial de Avatar, de James Cameron, no final do ano (17 de Dezembro em Portugal).
Entre as notícias sobre o 3-D, a maioria emanadas do EUA, uma contém elementos peculiares. Assim, algumas marcas parecem apostadas em criar linhas “personalizadas” de óculos para ver os filmes a três dimensões: em vez de utilizar os que são cedidos pelas salas, o espectador levaria os seus próprios óculos. Em boa verdade, esta peripécia de moda só adquire o seu sentido pleno em função de um dado que, até agora, tem sido pouco comentado. A saber: vários fabricantes de aparelhagem caseira querem começar a vender televisores... em 3-D. Para já, a perspectiva não pode deixar de envolver alguma ironia: estaremos em casa, em grupo, cada um com os seus óculos especiais?