

A abordagem que Gardiner propõe neste conjunto de gravações de obras de Brahms (1833-1897) reflecte um ponto de vista que tem em conta o conhecimento do trabalho vocal e coral do compositor. Tal como nas recentes edições que nos trouxeram já as duas primeiras (das quatro) sinfonias de Brahms, John Eliot Gardiner dirige a Orchestre Revolutionaire et Romantique e o Monteverdi Choir num alinhamento que integra a sionfonia num conjunto de outras obras que não apenas contextualizam como justificam o ângulo de abordagem adoptado (e que está a fazer deste ciclo um verdadeiro acontecimento editorial). À magistral Sinfonia Nº3 de Brahms (de 1883), o alinhamento acrescenta Ich schwing mein Horn ins Jammertal Op.41/1 (1861), Es tönt ein voller Harfenklang Op.17/1 (1860), Nachtwache I Op.104/1 (1888), Einförmig ist der Liebe Gram Op.113/13 (1891), Gesang der Parzen Op.89 (1882) e Nänie Op.82 (1881). Gardiner dá assim novo e seguro passo numa aventura com sabor a desafio no qual pretende, no fim “saber como pode a música de Brahms soar nos nossos dias e saber o que a sua música tem para nos dizer agora”. Nova chamada de atenção para mais uma capa magnífica, usando como imagem central uma obra novamente assinada por Howard Hodgkin.