Oportunidade para rever um clássico assinado por um compagnon de route da Nouvelle Vague — este texto foi publicado no Diário de Notícias (17 de Outubro), com o título 'Recordando Melville'.
Jean-Pierre Melville (1917-1973) é um nome lendário do cinema francês, símbolo “marginal” da Nova Vaga e objecto de paradoxal adoração: por um lado, entre europeus e americanos, são muitos os que reconhecem nos seus policiais uma inspiração estética e até um modelo moral; por outro lado, a sua obra está longe de ser muito divulgada.
Daí que valha a pena chamar a atenção para a passagem, numa sessão da Cinemateca [quarta-feira, dia 21, 15h30], daquele que é, porventura, o seu filme mais mítico: Ofício de Matar (título original: Le Samouraï), uma produção de 1967, com Alain Delon, François Périer e Nathalie Delon. Na personagem de um assassino profissional, com a sua gabardina austera e o seu emblemático chapéu, Delon definiu uma figura mítica em que o apelo trágico se confunde com a solidão mais radical. Melville, obviamente um discípulo da tradição do filme negro de Hollywood, foi alguém que soube refazer as suas componentes num tom eminentemente pessoal. O seu universo criativo transcendeu as épocas e as modas.
Jean-Pierre Melville (1917-1973) é um nome lendário do cinema francês, símbolo “marginal” da Nova Vaga e objecto de paradoxal adoração: por um lado, entre europeus e americanos, são muitos os que reconhecem nos seus policiais uma inspiração estética e até um modelo moral; por outro lado, a sua obra está longe de ser muito divulgada.
Daí que valha a pena chamar a atenção para a passagem, numa sessão da Cinemateca [quarta-feira, dia 21, 15h30], daquele que é, porventura, o seu filme mais mítico: Ofício de Matar (título original: Le Samouraï), uma produção de 1967, com Alain Delon, François Périer e Nathalie Delon. Na personagem de um assassino profissional, com a sua gabardina austera e o seu emblemático chapéu, Delon definiu uma figura mítica em que o apelo trágico se confunde com a solidão mais radical. Melville, obviamente um discípulo da tradição do filme negro de Hollywood, foi alguém que soube refazer as suas componentes num tom eminentemente pessoal. O seu universo criativo transcendeu as épocas e as modas.
>>> Le Samouraï: ensaio de David Thompson (Criterion Collection).
>>> Jean-Pierre Melville no site do INA.