De facto, os filmes não são apenas a sua imagem promocional. Mas, por vezes, as componentes do marketing acabam por ter qualquer coisa de implacavelmente revelador. Veja-se este cartaz de lançamento de Taking Woodstock, de Ang Lee, no Reino Unido. Se o filme padece de uma trágica dificuldade para emprestar consistência (humana e simbólica) às suas personagens, o cartaz reflecte isso de forma desastradamente anedótica: estamos perante um arranjo tosco de figuras mais ou menos caricaturais cujo conjunto não tem unidade, nem sequer no mero plano gráfico.
Quem sabe o que foi o Festival de Woodstock, que pode reconhecer aqui? Nada. Quem não sabe, que motivação recebe? Nenhuma, a não ser a de que talvez esteja perante uma reedição involuntária das mais banais "comédias para adolescentes". É pena, quanto mais não seja porque, em qualquer caso, o esforço de Ang Lee não merecia ser reduzido a esta irrisão.