No Queer Lisboa 2009, a segunda sessão do Queer Pop [apresentada pelos autores deste blog] foi um espaço de redescoberta da pop francesa — aliás, em boa verdade, tendo em conta as restrições dos canais de difusão, terá sido, em grande parte, uma descoberta.
Vale a pena começar por recordar a presença de Mylène Farmer através de alguns telediscos que reflectem um profundo desejo de ficção e, através dela, uma lógica de aproximação a certos modelos cinematográficos. California (do álbum Anamorphosée, 1996) é um excelente exemplo, tanto mais que reflecte o encontro da estética barroca de Farmer com o realismo cru de Abel Ferrara. Em boa verdade, não é possível assistir ao teledisco sem sentir como Ferrara deixa as marcas do seu desencantado romanesco — Dangerous Game, com Madonna, lançado em 1993, é uma referência incontornável, e tanto mais quanto Farmer aposta numa duplicação (iconográfica & dramática) que é uma marca forte de vários telediscos da 'Material Girl'.
Vale a pena começar por recordar a presença de Mylène Farmer através de alguns telediscos que reflectem um profundo desejo de ficção e, através dela, uma lógica de aproximação a certos modelos cinematográficos. California (do álbum Anamorphosée, 1996) é um excelente exemplo, tanto mais que reflecte o encontro da estética barroca de Farmer com o realismo cru de Abel Ferrara. Em boa verdade, não é possível assistir ao teledisco sem sentir como Ferrara deixa as marcas do seu desencantado romanesco — Dangerous Game, com Madonna, lançado em 1993, é uma referência incontornável, e tanto mais quanto Farmer aposta numa duplicação (iconográfica & dramática) que é uma marca forte de vários telediscos da 'Material Girl'.