segunda-feira, setembro 07, 2009

Forever Kazan

Tennessee Williams e Elia Kazan
1967

Bastaria Elia Kazan ter dirigido Um Eléctrico Chamado Desejo (1951), adaptado da peça de Tennessee Williams, para ter um lugar cativo em qualquer história do cinema: a emergência de uma nova dramaturgia, enraizada numa nova presença do actor (Marlon Brando, et pour cause), por sua vez decorrente do trabalho do Actors Studio, emprestam ao filme, não apenas a aura de um clássico absoluto, mas também a singular energia de um objecto visceralmente revolucionário.
Depois, as convulsões da América maccartista -- e o facto de Kazan ter testemunhado junto da Comissão para as Actividades Anti-Americanas revelando nomes de militantes comunistas --, baralharam para sempre a percepção da sua biografia e do seu trabalho, inclusive no momento (21 de Março de 1999) em que a Academia de Hollywood o distinguiu com um Oscar honorário [foto]. Simplificando, lembremos apenas que, independentemente da nossa sensibilidade às convulsões da vida (dos outros), não é possível banalizar a contribuição artística de um homem que dirigiu títulos como Há Lodo no Cais (1954), A Leste do Paraíso (1955) ou Esplendor na Relva (1961). Kazan faleceu a 28 de Setembro de 2003, tendo nascido a 7 de Setembro de 1909 -- faz hoje 100 anos.

>>> Elia Kazan na PBS, American Masters.
>>> Elia Kazan no
Harvard Film Archive.
>>> Obituário em The New York Times (
29 Set. 2003).