Filth and Wisdom, primeira realização cinematográfica de Madonna, é um "velho" assunto aqui no SOUND+VISION — o Nuno esteve na sua estreia mundial, no Festival de Berlim de 2008, perguntando num post de 17 de Fevereiro: "Resta agora saber quando, onde e como poderemos ver este filme em Portugal." Pois bem, a resposta demorou, mas aí está: Filth and Wisdom — entre nós, Sujidade e Sabedoria — chegará às salas portuguesas do dia 10 de Setembro.
O mínimo que se pode dizer é que o filme contraria todas as insinuações que nele queriam ver (mesmo antes de ver) a ilustração de uma banal "imagem de marca" de Madonna (como se, mesmo nisso, ela alguma vez tivesse sido banal...). Não se trata, nem de longe nem de perto, de um objecto gerado por uma qualquer lógica de marketing. É mesmo um filme que, através da sua teia de personagens em estado de orfandade simbólica ou social, nos convoca para uma reflexão centrada na dicotomia sugerida pelo título — curiosamente traduzida pelos franceses por "Obscenidade e virtude". Para já, sublinhemos que o principal mensageiro desse estado de coisas é o exuberante Eugene Hutz [foto], vocalista dos Gogol Bordello, um caso raro de energia física e subtileza dramática.