quinta-feira, agosto 06, 2009

A "fé" de Rui Patrício

Como é possível que se tenha chegado a este populismo? Como é possível que se transforme a "fé", convocando mesmo referências religiosas, para festejar o que não passa de uma peripécia futebolística? Como é possível que se confunda jornalismo com esta metafísica de bolso?
A vitória do Sporting sobre o Twente foi uma festa. E a intervenção do guarda-redes Rui Patrício no lance do golo, num misto de risco e sorte, acabou por valer uma eliminatória que parecia perdida... Mas que sentido faz extrapolar do futebol para este espectáculo deprimente de criar heróis "sofredores" e "crentes"? Já não é possível viver apenas os imponderáveis do futebol como aquilo que dá sabor ao desporto? O que pensam — e, sobretudo, o que sentem — os jornalistas quando promovem este tipo de religiosidade beata junto dos seus leitores?