sábado, julho 04, 2009

Brüno, aliás, Sacha Baron Cohen

O menos que se pode dizer do novo filme protagonizado por Sacha Baron Cohen — Brüno, de Larry Charles — é que há nele uma lógica de ironia/provocação capaz de desmontar, inteligentemente, não apenas os clichés de percepção/representação das personagens homossexuais, mas também as retóricas de espectáculo do mundo televisivo. Nesta perspectiva, o filme demarca-se da mera colagem de apanhados televisivos (que tanto limitava Borat), apostando na energia singular da comédia cinematográfica.
Brüno chega aos ecrãs portugueses a 9 de Julho. Para já, registe-se que Sacha Baron Cohen deu uma entrevista à revista gay Attitude (Grã-Bretanha), apostando em lidar com os discursos que têm acusado o filme de conter um subtexto homofóbico — coisa mais que discutível, quanto mais não seja porque Brüno, a personagem e o filme, não poupa o "imaginário" das personagens heterossexuais.
E porque a sexualidade do seu humor será tudo menos unívoca, registe-se a crueldade amorosa com que ele se exprime sobre Madonna (no intraduzível inglês de Brüno, com "sotaque" germânico) e as suas várias fases artísticas: "Ich divide Madonna into ze following eras: Puppy Fat (Like Ein Virgin); Skanky Marilyn (True Blue); Tzitzen Out (Vogue, Erotica); Total Scheisse (the 90s); und her current, Transsexual Child Catcher."
É caso para dizer: express yourself.

>>> Clip do filme Brüno.