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Nascido em Xangai,
J. G. Ballard teve a sua "biografia" cinematográfica em
O Império do Sol (1987), de Steven Spielberg. Para além das componentes autobiográficas do livro — Ballard viveu também os tempos da Segunda Guerra Mundial numa China marcada pela invasão dos exércitos japoneses —, o filme transfigura-se numa fábula muito "spielberguiana" sobre o fim irremediável da infância e a morte da inocência como utopia. Insolitamente, sendo um dos momentos mais pessoais da filmografia de Spielberg, é também um dos seus títulos de menor impacto, encaixando-se numa trilogia de "falhanços" comerciais, iniciada com
A Cor Púrpura (1985) e concluída com
Sempre (1989). Para a história, foi também o primeiro papel cinematográfico de Christian Bale (aos 13 anos) e também o mais transparente — o que apenas significa que não é possível regressar no tempo.