domingo, março 08, 2009

O homem do arame

Um breve perfil de Philippe Petit, o "protagonista" de Homem no Arame, filme de James Marsh premiado com o Oscar de Melhor Documentário deste ano, e que desde quinta-feira está em exibição entre nós. O texto foi publicado no DN, a 5 de Março.

É francês, completa em Agosto os 50 anos de vida, e começou por ser notícia por proezas arriscadas, e não autorizadas, encenadas entre as torres de Notre Dame, em Paris (1971), na ponte do porto de Sidney, na Austrália (1973) e depois no World Trade Center, em Nova Iorque (1974).
Philippe Petit foi um dos primeiros “novos” malabaristas a chegar às ruas de Paris em finais dos anos 60. Pantomimo, mágico e, mais tarde, funâmbulo (nome dado aos equilibristas que andam sobre uma corda bamba), começou a experimentar passos sobre um arame aos 16 anos. Incansável autodidacta, foi expulso cinco vezes de cinco escolas diferentes. Por si experimentou e acabou por dominar as artes da equitação, alpinismo e do desenho. Actuando pelo mundo fora, juntou a estes feitos a aprendizagem de línguas tão diferentes como o castelhano, alemão, russo ou inglês.
Nas ruas de Paris desenvolveu uma “personagem”, que alimentou de forma muito particular a sua linguagem artística. O filme agora estreado entre nós, de resto, ilustra-o de forma inequívoca.
Depois da proeza nas Torres Gémeas, em 1974, fez outros espectáculos semelhantes, embora autorizados. Actuou na reabertura da Estátua da Liberdade em 1984. E em 1987 caminhou em Jerusalém num arame esticado entre um bairro judeu e um bairro árabe. Ao longo dos anos, as suas performances e projectos estabeleceram colaborações artísticas com figuras como, entre outros, Werner Herzog, Milos Forman, Twyla Tharp, Marcel Marceau, Annie Leibovitz, Paul Auster ou Sting