sexta-feira, março 13, 2009

O disco sem rumo

Em 1998 os Duran Duran afastavam-se da EMI, para onde tinham gravado desde a sua estreia discográfica, em 1981. Assinaram pela Hollywood Records, uma subsidiária da Walt Disney, para a qual acabariam por editar apenas um álbum. Lançado em Junho de 2000, Pop Trash tinha conhecido cartão de visita em Someone Else Not Me, um dos singles menos bem sucedidos da obra do grupo. O álbum seguiria o mesmo caminho, podendo justificar-se este destino quer pela falta de investimento da editora na sua promoção, quer também pelo facto de ser um dos piores momentos de toda a discografia da banda. Com Simon Le Bom mais ausente que o habitual, muito do trabalho ficou centrado em Nick Rhodes e Warren Cuccurullo, que na altura estavam a desenvolver o projecto paralelo TV Mania. O disco revela sinais de composição menos depurada, e exemplos vários de excessos barrocos na produção. Variado nas rotas e destinos, Pop Trash acaba na verdade sem um rumo... Da intensidade de Playing With Uranium ou Hallucinating Elvis (a revelar atenção pela música alternativa dos anos 90) à sumptuosidade pop de Lady Xanax (um claro descendente dos Arcadia), da canção rejeitada pelos Blondie (que deu título ao álbum) à elegância pontual da balada usada como single de avanço, Pop Trash revelou-se um fracasso em várias frentes. Nota para a capa, que usa a foto de um pormenor de um carro de Liberace.