
A estreia recente de alguns filmes portugue-ses, incluindo a forte campanha montada em torno de Second Life, relançou na praça pública alguns temas clássicos do cinema português, em particular o da sua viabilidade económica. Têm surgido algumas ideias interessantes, mesmo se os chavões mais ancestrais persistem de geração em geração (sendo o mais vulgar aquele que trata a “crítica” como um rebanho, excluindo as suas muitas diferenças internas e atribuindo-lhe todos os males deste mundo e do outro).
Curiosamente, aliás tristemente, a questão que se discute menos, ou se evita mesmo discutir, é a do possível envolvimento estrutural das televisões em todas as instâncias do cinema, criando sistemas que possam ajudar a aumentar a quantidade e a diversidade da produção (afinal, um padrão adoptado por alguns países europeus) É mais fácil tudo reduzir a uma guerra entre “cinema comercial” e “filmes de autor”. Há 30 anos, essa era uma forma simplista de pensar. Agora, tornou-se apenas uma fórmula para não pensar.