Os anos 80 não foram fáceis para muitos dos heróis rock’n’roll de 60. Lou Reed não foi excepção. Manteve permanente actividade ao longo da década, lançando uma série de álbuns, nenhum deles contudo particularmente marcante, nem mesmo bem sucedido junto do público. A “sorte” mudou em 1989, quando fez da sua cidade tema (e título) para aquele que se revelaria não apenas um momento de renascimento, mas até um dos mais interessantes álbuns da sua discografia a solo. O disco promove um reencontro de Lou Reed com rotas e destinos que a sua música vivera em inícios de 70. Não apenas num reencontrar com linguagens primordiais do rock’n’roll, como na construção de um ciclo de canções com uma linha narrativa, juntas sugerindo um retrato conceptual que, como o próprio anunciou na altura, se acompanham da primeira à última canção como quem lê um livro. O álbum chamou-se New York e foi editado a 10 de Janeiro de 1970. Há precisamente 20 anos.
Imagens de uma actuação televisiva ao som de Dirty Boulevard, a canção que serviu de aperitivo ao lançamento do álbum e hoje integra a lista de "clássicos" de Lou Reed.