
Os Contemporâneos tem sido um dos programas que melhor e mais longe tem levado esse desafio de mostrar a televisão por dentro, isto é, não tanto no "pitoresco" dos bastidores, mas na especificidade das linguagens. Veja-se ou reveja-se este magnífico momento com Bruno Nogueira. Dois clichés, pelo menos, são aqui reduzidos a pó: primeiro, a noção mecanicista segundo a qual tudo precisa de "ritmo"; depois, o princípio implícito, sempre manipulador, segundo o qual estar em frente de uma câmara é necessariamente possuir uma "verdade" que os outros só podem confirmar e reconhecer. O nosso mundo está habitado por muitos logros como estes.