Foi um grande e discreto senhor do cinema americano, nunca figura de primeira linha, nunca nomeado para Oscars ou Globos, mas com uma carreira que o fez passar por alguns momentos marcantes de Hollywood, sobretudo nas décadas de 50/60 — Pat Hingle morreu no dia 3 de Janeiro, na sua casa de Carolina Beach (Carolina do Norte), contava 84 anos.
O arranque da sua carreira é indissociável do teatro, da colaboração com Elia Kazan e, muito em particular, da relação de trabalho com o Actors Studio (onde se inscreveu em 1952). Começou com um pequeno papel em Há Lodo no Cais (1954), precisamente sob a direcção de Kazan, coleccionando notáveis personagens secundárias em títulos como A Mulher do Próximo (1957), de Martin Ritt, Esplendor na Relva (1961), de novo com Kazan, Convite a um Pistoleiro (1964), de Richard Wilson, Nevada Smith (1966), de Henry Hathaway, À Sombra da Forca (1968), de Ted Post, Norma Rae (1979), outra vez de Ritt, e Anatomia do Golpe (1990), de Stephen Frears. Grande parte da sua filmografia passa pela televisão, tendo surgido em séries como Alfred Hitchcock Apresenta, O Fugitivo e Missão Impossível.
Foi sempre um genuíno character actor, quer dizer, alguém capaz de "encher" a mais discreta personagem, mesmo estereotipada, com emoções inesperadas e contagiantes. Os espectadores mais jovens talvez o conheçam através de Maximum Overdrive (1986), de Stephen King, e da personagem do comissário James Gordon, em Batman (1989) e Batman Regressa (1992), de Tim Burton, Batman para Sempre (1995) e Batman & Robin (1997), de Joel Schumacher.
Podemos escutar Pat Hingle neste video disponibilizado pelo site Star News Online.
Podemos escutar Pat Hingle neste video disponibilizado pelo site Star News Online.