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E não se pode dizer que Perahia tenha escolhido uma colecção de facilidades. Foi assim o programa: Johann Sebastian Bach (Partita Nº 1, em Si bemol maior, BWV 825); Wolfgang Amadeus Mozart (Sonata em Fá maior, K.332); Ludwig van Beethoven (Sonata Nº 23, em Fá menor, op. 57, Appassionata); Johannes Brahms (Variações e Fuga sobre um tema de Händel, op. 24).
Dir-se-ia uma viagem de um século — de meados do séc. XVIII a meados do séc. XIX —, definindo um mapa que, nas sonatas de Mozart e Beethoven, tem o que talvez pudéssemos chamar de paisagens de síntese e reconversão. A Appassionata, de Beethoven, foi, nessa perspectiva, uma serena apoteose dos mais paradoxais estados de alma. Digamos que Perahia é um grande artista do mood (de cada música) — é isso mesmo que ele explica, a propósito de Bach, neste brevíssimo video de uma masterclass realizada em Salt Lake City, em 2007.