Esta é uma imagem de Nikolai Lugansky, aos 14 anos, no seu primeiro recital, no Conservatório de Moscovo — foi no dia 7 de Maio de 1986. Ontem, 12 de Janeiro, Lugansky esteve em Lisboa, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, para dar um concerto memorável.
A sua imagem de menino-prodígio joga bem com o espantoso virtuosismo das suas performances, bem expresso no programa apresentado, com obras de Leos Janácek (Sonata para Piano 1.X.1905), Fryderyk Chopin (Sonata para Piano N.°3, em Si menor, op. 58) e Sergei Rachmaninov (Sonata para Piano N.°1, em Ré menor, op. 28). Seja como for, nada disso é incompatível com os calculados contrastes de um estilo que mantém uma relação enérgica com o piano, ao mesmo tempo que se expõe através de momentos em que a violência da percussão parece rasgar paisagens de paradoxal contemplação. Terá sido na sonata de Rachmaninov que tal foi mais sensível, num exercício de maturidade capaz de sublinhar a urgência emocional da peça, ao mesmo tempo escapando a qualquer catalogação "passadista". Além do mais, Lugansky possui aquele dom de nos fazer sentir que, ao interpretar, está a repensar connosco a própria obra — brilhante!
>>> Eis um registo de Lugansky, interpretando Prelúdio Op.23 Nº1, de Sergei Rachmaninov.
A sua imagem de menino-prodígio joga bem com o espantoso virtuosismo das suas performances, bem expresso no programa apresentado, com obras de Leos Janácek (Sonata para Piano 1.X.1905), Fryderyk Chopin (Sonata para Piano N.°3, em Si menor, op. 58) e Sergei Rachmaninov (Sonata para Piano N.°1, em Ré menor, op. 28). Seja como for, nada disso é incompatível com os calculados contrastes de um estilo que mantém uma relação enérgica com o piano, ao mesmo tempo que se expõe através de momentos em que a violência da percussão parece rasgar paisagens de paradoxal contemplação. Terá sido na sonata de Rachmaninov que tal foi mais sensível, num exercício de maturidade capaz de sublinhar a urgência emocional da peça, ao mesmo tempo escapando a qualquer catalogação "passadista". Além do mais, Lugansky possui aquele dom de nos fazer sentir que, ao interpretar, está a repensar connosco a própria obra — brilhante!
>>> Eis um registo de Lugansky, interpretando Prelúdio Op.23 Nº1, de Sergei Rachmaninov.