Que se pode fazer com 650 milhões de euros? Para nos ficarmos pelo cinema português, lembremos o mais simples: podem fazer-se 1000 filmes (isto é, em quantidades médias, o equivalente a 100 anos da nossa actual produção cinematográfica). Pois bem, em Portugal, com esse dinheiro, no ano de 2004, fizeram-se 10 estádios de futebol.
Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, quer prosseguir essa saga de futebolização do país, da televisão e das mentes, continuando a militar pela organização do Mundial de Futebol de 2018 no nosso país (em associação com a Espanha). Este simples facto transforma-o numa personalidade marcante do ano que agora termina e, mais do que isso, na figura cultural do ano. Porquê? Porque nada disto tem a ver com o esplendoroso espectáculo que é (ou pode ser) o futebol. Antes porque o projecto de Madaíl pode vir a marcar os valores colectivos e as grandes opções do país na próxima década, voltando a colocar sectores importantes — construção civil, publicidade, mobilização da juventude — a reboque do futebol.
Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, quer prosseguir essa saga de futebolização do país, da televisão e das mentes, continuando a militar pela organização do Mundial de Futebol de 2018 no nosso país (em associação com a Espanha). Este simples facto transforma-o numa personalidade marcante do ano que agora termina e, mais do que isso, na figura cultural do ano. Porquê? Porque nada disto tem a ver com o esplendoroso espectáculo que é (ou pode ser) o futebol. Antes porque o projecto de Madaíl pode vir a marcar os valores colectivos e as grandes opções do país na próxima década, voltando a colocar sectores importantes — construção civil, publicidade, mobilização da juventude — a reboque do futebol.
Sabemos também que Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência, não rejeitou a hipótese: "Não posso comentar [...]. Mas Portugal já tem as infra-estruturas do Euro 2004 e estamos a falar de uma hipótese para 2018, que não tem nada a ver com a crise conjuntural actual." Quer isto dizer que FPF e Governo poderão vir a estar em sintonia para — num dos países com menores recursos económicos da Europa, sofrendo os efeitos de uma crise global que o afecta de modo muito específico (e muito drástico) — encarar seriamente a possibilidade de organizar um... Mundial de Futebol!
Mesmo não comentando esse bizarro conceito político (?) que considera que tal possibilidade não tem nada a ver com a conjuntura actual, importa referir também que é espantoso como nem uma voz das oposições tem algo a dizer sobre este delírio económico e conjuntural. Dito de outro modo: Gilberto Madaíl é, desde já, candidato a figura do ano em 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018.