Até que ponto um retrato do real pode integrar os seus próprios restos? Através de multifacetadas respostas a esta questão, Jacques Villeglé, francês, nascido em 1926, figura emblemática do Novo Realismo, tem construído uma obra imensa em que os princípios de fragmentação figurativa e as noções de colagem adquirem nova e fascinante vitalidade. Villeglé é, agora, objecto de uma enorme retrospectiva em Paris, 'A Comédia Urbana', no Centro Pompidou (até 5 de Janeiro de 2009), integrando mais de uma centena de obras, dos anos 40 até à actualidade — em cima: La Femme (1966); em baixo: fotograma do filme Deux ou Trois Choses que Je Sais d'Elle (1967), de Jean-Luc Godard.