Muito antes de se falar em world music, já Miriam Makeba era reconhecida por uma música que cruzava linguagens, firme contudo na exploração das suas raízes sul-aricanas. Nasceu em Joanesburgo em 1932 e deu primeiros passos profissionais nos anos 50, entre palcos de musicais e primeiros grupos nos quais juntava elementos das tradições sul-africanas aos sons do jazz de então. Ganhou visibilidade internacional depois de participar no documentário anti-apartheid Come Back, África, de Lionel Rogosin (1959). Com nova residência nos EUA gravou, nos anos 60, os discos que dela fariam uma voz célebre, nunca abandonando a genética musical do país onde nascera. Foi casada com um activista político e chegou a ser delegada guineense nas Nações Unidas. A geração que colocou no mapa a expressão “world music” em meados de 80 celebrou a sua obra. E Paul Simon chamou-a à Graceland Tour, em 1987. Reconhecida como uma das figuras maiores da música na África do Sul, foi, nos anos 90, convidada a regressar por Nelson Mandela. E,m 2005 fez uma última digressão. Mas ocasionalmente ainda cantava em público.
Imagens de uma actuação na TV Recorde brasileira em 1968, ao som de Pata Pata, o maior êxito da carreira de Miriam Makeba. Na guitarra acústica surge, nesta gravação, o brasileiro Sivuca.