Melodrama(s)

Apesar do menosprezo com que o senso comum tende a usar a palavra melodrama, o género melodramático nunca desapareceu da paisagem cinematográfica. Continua mesmo a ser uma via fundamental para alguns dos grandes autores contemporâneos, americanos e europeus, de Clint Eastwood a André Téchiné. Entre os títulos previstos para estreia no final do ano, antes do mais nas salas dos EUA (visando as nomeações para os Oscars), um dos mais falados e promovidos — Austrália, de Baz Luhrmann, com Nicole Kidman e Hugh Jackman — parece constituir uma aposta clara na revitalização do melodrama histórico, à maneira de E Tudo o Vento Levou. Mas há também Revolutionary Road, retrato de um amor dos anos 50, tentando sobreviver às ilusões do progresso e da sociedade de consumo. Baseado no romance homónimo de Richard Yates, o filme tem assinatura de Sam Mendes (é o seu primeiro filme desde 2005, ano de Jarhead) e volta a reunir o par Leonardo DiCaprio/Kate Winslet, onze anos depois de Titanic — eis o magnífico trailer.