Esta é uma imagem de A Turma, de Laurent Cantet, um dos filmes recentes que justifica a interrogação: será que continua a existir um cinema social europeu? Alguns exemplos próximos permitem pensar que sim — este texto foi publicado no Diário de Notícias (1 de Novembro), com o título 'Cinema social?'.
No espaço de poucas semanas, assistimos à estreia de A Solidão, de Jaime Rosales (Espanha), Gomorra, de Matteo Garrone (Itália), Yella, de Christian Petzold (Alemanha), Entre os Dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra (Portugal) e, agora, A Turma, de Laurent Cantet. Que liga estes filmes? Desde logo a sua inserção no espaço específico da produção europeia. Mas, mais do que isso, vale a pena sublinhar que por eles passa uma vontade realista que nos pode conduzir a uma curiosa interrogação. A saber: será que estamos a assistir ao renascimento de uma tendência eminentemente social do cinema da Europa?
Talvez seja prematuro tirar grandes conclusões. Em todo o caso, é um facto que alguns filmes europeus reagem contra essa visão do quotidiano que se esgota no pitoresco dos “inquéritos” de rua dos telejornais ou, pior do que isso, no grosseiro “naturalismo” dos apanhados. É bom saber que ainda há cineastas para nos fazer sentir que olhar o mundo à nossa volta é um trabalho tão sério quanto exigente.
No espaço de poucas semanas, assistimos à estreia de A Solidão, de Jaime Rosales (Espanha), Gomorra, de Matteo Garrone (Itália), Yella, de Christian Petzold (Alemanha), Entre os Dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra (Portugal) e, agora, A Turma, de Laurent Cantet. Que liga estes filmes? Desde logo a sua inserção no espaço específico da produção europeia. Mas, mais do que isso, vale a pena sublinhar que por eles passa uma vontade realista que nos pode conduzir a uma curiosa interrogação. A saber: será que estamos a assistir ao renascimento de uma tendência eminentemente social do cinema da Europa?
Talvez seja prematuro tirar grandes conclusões. Em todo o caso, é um facto que alguns filmes europeus reagem contra essa visão do quotidiano que se esgota no pitoresco dos “inquéritos” de rua dos telejornais ou, pior do que isso, no grosseiro “naturalismo” dos apanhados. É bom saber que ainda há cineastas para nos fazer sentir que olhar o mundo à nossa volta é um trabalho tão sério quanto exigente.