Nascidos entre a primeira geração da revolução punk, na Nova Iorque de inícios de 70, os Blondie cedo mostraram que o seu caminho não fechava as portas nem às heranças maiores da canção pop nem mesmo a um gosto pelas canções das girl bands nascidas em clima rhythm’n’blues nos anos 60. A intensidade de alguns dos seus primeiros singles não escondia a relação directa com a sua geração de acontecimentos. Mas nas entrelinhas uma pulsão pop, que acabaria por ditar rotas de transição do punk para a new wave, cedo se tornou evidente. Contudo, só ao terceiro álbum o mundo (e sobretudo Nova Iorque) reconheceu na banda o que, por outros lados (leia-se Austrália e Reino Unido) já era uma certeza há algum tempo. Produzido por Mark Chapman, Parallel Lines foi ponto de viragem na obra do grupo. Mantém viva uma intensidade rock’n’roll, aceita a elegância do melodismo pop e espreita, em Heart of Glass, um piscar de olho ao pragmatismo dançável do ‘disco’. O álbum foi lançado há precisamente 30 anos, justificando assim a viagem de redescoberta que este mês aqui faremos no Sound + Vision. Para começar ficamos hoje com One Way Ot Another, talvez o menos evocado dos seis singles extraídos deste álbum de 1978.
One Way Or Another
Blondie, 1978