>>> Este post é dedicado a todos os ideólogos portugueses (da televisão e do jornalismo) que insistem em garantir-nos que o entertainment, em Portugal, é igual ao de qualquer democracia do mundo e, mais do que isso, que o "funcionamento do mercado" justifica todos os obscenos atropelos da dignidade humana (*).
Lembram-se da polémica em torno de uma capa da revista The New Yorker em que Barack Obama e a mulher surgiam num cartoon que os representava como muçulmanos e na Casa Branca? Pois bem, num brilhante exercício de relançamento crítico dessa imagem, Jon Stewart e Stephen Colbert recriaram essa capa para a Entertainment Weekly — é uma proposta, plena de energia e humor, para olhar à nossa volta e resistir à facilidade preguiçosa dos clichés, sejam eles discursivos ou iconográficos. Mais do que isso: Stewart e Colbert dão uma entrevista conjunta à revista, reagindo contra as visões supostamente universais dos valores sociais e políticos.
Um bom exemplo é o modo como Stewart comenta a imagem de Sarah Palin como heroína folk. Diz ele: "Continuo a ouvir que ela é 'como nós'. Há esta ideia de que quem pratica a caça e tem 'bons' valores é uma espécie de americano mitológico. Não sei quem seja 'tal' pessoa, nunca a encontrei. Ela não é mais tipicamente 'nós' do que eu sou, do que Obama é, do que McCain é, do que é Mr. T."
Também a ler, na EW, são as mini-entrevistas com os próprios canditados sobre as suas referências culturais, filmes de eleição, shows de televisão preferidos, etc. — Obama e McCain.
Lembram-se da polémica em torno de uma capa da revista The New Yorker em que Barack Obama e a mulher surgiam num cartoon que os representava como muçulmanos e na Casa Branca? Pois bem, num brilhante exercício de relançamento crítico dessa imagem, Jon Stewart e Stephen Colbert recriaram essa capa para a Entertainment Weekly — é uma proposta, plena de energia e humor, para olhar à nossa volta e resistir à facilidade preguiçosa dos clichés, sejam eles discursivos ou iconográficos. Mais do que isso: Stewart e Colbert dão uma entrevista conjunta à revista, reagindo contra as visões supostamente universais dos valores sociais e políticos.
Um bom exemplo é o modo como Stewart comenta a imagem de Sarah Palin como heroína folk. Diz ele: "Continuo a ouvir que ela é 'como nós'. Há esta ideia de que quem pratica a caça e tem 'bons' valores é uma espécie de americano mitológico. Não sei quem seja 'tal' pessoa, nunca a encontrei. Ela não é mais tipicamente 'nós' do que eu sou, do que Obama é, do que McCain é, do que é Mr. T."
Também a ler, na EW, são as mini-entrevistas com os próprios canditados sobre as suas referências culturais, filmes de eleição, shows de televisão preferidos, etc. — Obama e McCain.
(*) Antes de nos começarem a proclamar que a cultura popular só existe através de patéticos membros do jet-set que não conseguem construir duas frases seguidas com nexo, valeria a pena observarem que, mesmo na pátria do show business, as coisas não se passam assim. E não se pense que se trata de construir uma imagem paradisíaca seja de que país for (para vender paraísos de plástico já bastam as telenovelas que asfixiam a ficção portuguesa). Veja-se, a propósito, ainda na EW, um texto sobre os cruzamentos perversos entre combate político, cultura popular e popularidade televisiva. Quem o escreve? Um professor universi-tário "desligado" do espaço pop? Não. Apenas o mais popular dos escritores americanos: Stephen King.