Em 1963, o assassinato de John F. Kennedy levou à presidência dos EUA o texano Lyndon Johnson, o seu vice e companheiro de “ticket” nas eleições de 1960. Em 1964, Johnson, que obteve sem grande dificuldade a nomeação democrata, deu ao partido a sua segunda mais expressiva vitória de sempre, apenas batido por Rosevelt, em 1936, que venceu em 46 dos então 48 estados a votos. O republicano Barry Goldwater (“mentor” de uma nova geração de políticos que fariam carreira mais tarde) somou apenas cinco estados do Sul e o Arizona.
Johnson teve a seu favor o efeito que a violenta morte de Kennedy deixara sobre o país. E assim contou com a quinta mais expressiva vantagem nacional de sempre (e a maior desde a altura), contabilizando 61,1 por cento dos votos, ou seja, mais 21 pontos que o candidato seu opositor. Apesar dos resultados finais, a candidatura de Johnson enfrentou alguma resistência, nomeadamente na por parte do partido democrata “integrado” de brancos e negros criado no Mississípi, levantando um debate do qual saiu uma regra que de então em diante impediu candidaturas segregacionistas pelos democratas. Robert Kennedy, do gabinete cessante, era apontado como possível “vice” para a candidatura de Johnson, mas o facto do irmão de John Kennedy se ter oposto à escolha do texano para o “ticket” de 1960 abriu mau clima entre ambos que nunca sarou. Robert Kennedy abandonou a administração de Johnson antes mesmo da eleição e candidatou-se ao Senado, por Nova Iorque. Johnson escolheu Hubert Humphrey para seu “vice”.
Barry Goldwater, o candidato republicano derrotado, concorreu com William E. Miller. Apesar do resultado, a sua acção “semeou” o futuro perfil da política republicana. E deu frutos na vaga conservadora que dominaria a política americana nas secadas de 70 e 80, reflectindo-se directamente nas duas vitórias de Nixon e Reagan e na de Bush (pai).
McCain aproxima-se de Obama
Não é surpresa. Por muito que custe a quem crê na real “mudança”, não é mesmo surpresa... A eficácia da mediocridade e do populismo banal dos chavões de Palin e o estrategicamente correcto discurso de McCain (sobretudo no sublinhar do distanciamento face ao rumo recente do partido republicano) começam a surtir efeito. E a distância de oito pontos (sondagem Gallup) que há dias separava os dois candidatos reduziu-se a apenas dois, verificando-se diminuição do número de indecisos. Tecnicamente, há novamente um um empate... O apelo elegante, moderno e urbano de Barack Obama não fala a todos os eleitores. Assusta alguns, inclusivamente... Duas Américas estão de águas separadas nesta eleição. Terá a visão de Obama (que parecerá coisa europeia em muita da “small town America”) capacidade de vencer a herança rural que, pelo sistema de eleição através do Colégio Eleitoral, ignora o peso da soma nacional dos votos em detrimento de uma obsoleta representação do “peso” de todos os estados? A menos que haja grande reviravolta – e os debates televisivos poder ter peso definitivo – a coisa está complicada para os democratas.
Barack Obama: 47%
John McCain: 45%