Numa edição com chancela da Fundação Calouste Gulbenkian, o álbum Works for Ensemble reúne quatro obras de um nome essencial da música portuguesa contemporânea: Pedro Amaral; as interpretações são da London Sinfonietta, sob a direcção do autor — este texto foi publicado na revista Op (#26, Verão 2008).
Eis um registo de música contemporânea, de um autor português e com chancela da Fundação Calouste Gulbenkian. Mesmo considerando que a edição dispensa a versão portuguesa das notas, nas quais se inclui uma sugestiva introdução do crítico e historiador Paul Griffiths, este é um acontecimento com um óbvio e fundamental valor simbólico: trata-se de divulgar o trabalho de Pedro Amaral (n. 1972), compositor apaixonado por um jogo de texturas que, como Griffiths sublinha, se organiza a partir do piano, embora aceitando as inesperadas, por vezes fascinantes, contaminações dos instrumentos de cordas e sopro. Assistimos, por isso, a uma espécie de jogo de probabilidades, desde a maior contenção de Organa, para 8 instrumentos, até à teia labiríntica, mas surpreendentemente coesa, de Paraphase, para 17 instrumentos. Se a sugestão pode ajudar a entender a agilidade criativa da música de Pedro Amaral, digamos que estes Works for Ensemble existem como bandas sonoras para alguns filmes imaginados (ou imaginários).
Eis um registo de música contemporânea, de um autor português e com chancela da Fundação Calouste Gulbenkian. Mesmo considerando que a edição dispensa a versão portuguesa das notas, nas quais se inclui uma sugestiva introdução do crítico e historiador Paul Griffiths, este é um acontecimento com um óbvio e fundamental valor simbólico: trata-se de divulgar o trabalho de Pedro Amaral (n. 1972), compositor apaixonado por um jogo de texturas que, como Griffiths sublinha, se organiza a partir do piano, embora aceitando as inesperadas, por vezes fascinantes, contaminações dos instrumentos de cordas e sopro. Assistimos, por isso, a uma espécie de jogo de probabilidades, desde a maior contenção de Organa, para 8 instrumentos, até à teia labiríntica, mas surpreendentemente coesa, de Paraphase, para 17 instrumentos. Se a sugestão pode ajudar a entender a agilidade criativa da música de Pedro Amaral, digamos que estes Works for Ensemble existem como bandas sonoras para alguns filmes imaginados (ou imaginários).