
Podemos discutir infinitamente sobre o modo como Jackson tratou o seu próprio corpo. Podemos até lembrar que a história das suas imagens é inseparável da história da sua frágil saúde — que, aliás, Taraborrelli comenta em pormenor. O certo é que esta proposta visual pressupõe uma espécie de adoração unilateral, logo muito simplista, do poder das imagens. A saber: o que The Daily Mail sugere é que, em última instância, podemos sempre conhecer alguém através da sua imagem — no limite, através de uma imagem sem objecto, porque totalmente virtual.
Por amor das imagens, importa voltar a lembrar que nenhum ser humano — gostemos mais ou gostemos menos dele — existe de forma tão esquemática. Uma imagem é sempre parte de uma narrativa.